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Moby Dick

25 e 26 maio 2007, 21H30

Camaradas do mar, esta peça, contendo somente três actos, é um dos fios mais pequenos que se entrelaçam para tecer o poderoso cabo da condição humana. E bem profundos são os abismos da alma que ela vai sondar. Que lição profunda nos fornece esse capitão Ahab, movido pelo desejo de resgatar a vida de Moby Dick, a baleia que lhe roubou perna e alma. Como são nobres os homens que o acompanham nessa fatal caçada, contagiados pelo ódio do capitão. Mas a baleia limita-se a existir, a cumprir a sua natureza. E, assim, o homem tenta destruir a Natureza, destruindo-se. Arrastando consigo aqueles que apenas no mar conhecem a sua existência, o seu único sentido.

“Coragem! Coragem, marinheiro! Endurece o teu coração, semi-deus! Da espuma da tua morte no mar - ergue-se verticalmente a tua apoteose.”
 

Herman Melville [1819-1891]

Romancista Norte-Americano e uma das principais figuras da história da literatura.

Nasceu em Nova Iorque, a 1 de Agosto. Faleceu nessa mesma cidade a 28 de Setembro, 72 anos depois. Órfão de pai aos 12 anos de idade, viu-se obrigado, dada a pobreza da sua família – composta pela mãe e mais sete irmãos -, a interromper os estudos aos 15 anos, após frequentar a Albany Academy. Assim, trabalhou como bancário, professor, entre outros. Em 1839, vai trabalhar como ajudante no navio mercante norte-americano St. Lawrence, com destino a Liverpool, Inglaterra.

Em 1841 Melville faz-se marinheiro do Acushnet, navio baleeiro de New Bedford, a bordo do qual percorreu quase todo o Pacífico. Quando a embarcação chegou às ilhas Marquesas, na Polinésia francesa, Melville decidiu abandoná-la para viver junto aos nativos por algumas semanas. Uma tribo selvagem de canibais – os Typees – reteve-o por algum tempo como prisioneiro, apesar de o tratarem bem, até que conseguiu fugir para bordo de um baleeiro australiano – Lucy Ann. Destas aventuras surge em 1846 o livro “Typee”, que obtém grande sucesso.

No Tahiti, Melville desertou do baleeiro australiano e, depois de participar num motim organizado por tripulantes insatisfeitos com a falta de pagamento, acaba por passar algum tempo na cadeia. Pouco depois foge, e esses acontecimentos são descritos no seu segundo livro, “Omoo”, de 1847.

Ainda em 1841 embarca como arpoador no Charles & Henry, na sua última viagem de baleeiro. Em 1843 entra para a tripulação do United States, um navio de guerra norte-americano, no qual regressa, em 1844, a Boston. O sucesso dos seus dois primeiros livros garantem-lhe algum conforto financeiro.

Em 1847 Melville desposa Elizabeth Shaw, e em 1849 publica o seu terceiro livro, “Mardi”. Este, por uma linguagem mais introspectiva, desilude o seu público mais fiel. Assim, retorna ao antigo estilo literário com duas novas aventuras: “Redburn” (1849) e “White-Jacket”(1850). Nestes dois livros já podemos encontrar um pouco o estilo melancólico que o autor adoptaria nas suas obras seguintes.

Após ter vivido 3 anos em Nova Iorque, transfere-se em 1850 para Pittsfield, no estado de Massachussets, ali vivendo numa quinta até 1863. No primeiro ano que ali passa Melville trava conhecimento com outro grande escritor norte-americano, Nathaniel Hawthorne, o autor de “A letra escarlate”, cuja amizade lhe serviu de grande fonte de encorajamento e a quem dedicou “Moby Dick”, publicado em Londres, em 1851. O livro, dividido em três volumes, foi publicado em 1851 com o título “A baleia” e não obteve sucesso de crítica, tendo sido considerado o principal motivo para o declínio da carreira do autor.

O fracasso de vendas de “Moby Dick” e de Pierre, de 1852, fez com que seu editor recusasse seu manuscrito, hoje perdido, de The Isle of the Cross.

Faleceu quase completamente esquecido, sem conhecer o sucesso que sua mais importante obra, o romance “Moby Dick”, alcançaria nos nossos dias.


Elenco Graciano Dias, João Barbosa, José Airosa, Maria Rueff,
Miguel Borges, Miguel Guilherme, Milton Lopes,
Ricardo Aibéo, Rui Morisson
 Investigação Dramatúrgica António Pires, Graciano Dias; Maria João Cruz
Adaptação Maria João Cruz
Encenação António Pires
Cenografia João Mendes Ribeiro
Adereços João Calvário
Figurinos Luís Mesquita
Caracterização Sérgio Alxeredo
Hair Styling Duarte Menezes
Desenho de Luz José Álvaro Correia
Música Original, Sonoplastia e Desenho de Som Paulo Abelho e João Eleutério
Fotógrafo de Cena Mário Sousa
Co-produção São Luiz Teatro Municipal e Ar de Filmes   

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