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WADADA LEO SMITH & LOUIS MOHOLO-MOHOLO

3 novembro 2010, 21H30

Louis Moholo-Moholo 
Bateria

Nascido em Capetown, na África do Sul, nos anos 40, numa família de músicos, Louis Moholo soube desde muito cedo que a vida dele ele era a música e a percussão. Depois de ter trabalhado com várias bandas e ter recebido o prémio de Melhor Baterista do Jabulani Festival, em 1964, abandonou nesse mesmo ano a África do Sul, sob a sombra do apartheid, com os Blue Notes para se fixar em Londres.

Improvisador exímio, o baterista foi sempre muito procurado para colaborar com outros artistas. Tocou com os Blue Notes, os Brotherhood of Breath, foi a força condutora por detrás de “Isipingo” de Harry Miller e dirigiu duas bandas: o octeto Spirits Rejoice com Kenny Wheeler e Evan Parker e a banda Viva la Black, a primeira a fazer tourneé pela África do Sul. Em 1994 foi distinguido com o “Mark of Respect” da revista Straight No Chaser pela sua contribuição para a liberdade do seu país, com a sua música.

Com uma muito variada carreira musical, que inclui o desenvolvimento de novas técnicas de improvisação da música jazz, aos 70 Moholo quer continuar a explorar diferentes conceitos musicais, em workshops, nas faculdades, na colaboração com outros artistas. Em 2005 voltou ao seu país natal, mas continua a ser convidado a dar concertos na Europa, nos Estados Unidos, no Japão e no Canadá.
 

Wadada Leo Smith
Trompete

O trompetista Wadada Leo Smith é um veterano do free jazz. Nascido em 1941 em Leland, Mississippi, começou por tocar bateria, melofone e trompa, antes de optar pela trompete. Tocou em várias bandas de R&B e em 1967 tornou-se membro fundador do Association for the Advancement of Creative Musicians (AACM) e co-fundou The Creative Construction Company, um trio com Leroy Jenkins e Antony Braxton. Em 1971 criou a sua própria editora, a Kabell. Intelectual e teórico do free, Wadada tem uma extensa e sólida obra, com uma sonoridade muito específica, agressiva e espacial, que combina o rigor erudito de Anthony Braxton com a força subversiva de Don Cherry e o misticismo e a religiosidade de Coltrane.

A sua música é conhecida pela intervenção política e social, com inúmeras referências a activistas negros dos tempos do apartheid.

Um desses exemplos é a longa peça de 16 minutos «Rosa Parks», o nome da activista dos direitos dos negros que em 1955 se recusou levantar de um lugar no autocarro destinado a brancos.

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