Adriano Jordão comemora em abril cinquenta anos do início da sua carreira profissional como pianista. O Teatro Micaelense, que acolheu a sua estreia, será também o palco que acolherá a primeira das apresentações destinadas a comemorar este meio século de atividade.
Nesta celebração, Adriano Jordão estará acompanhado de alguns amigos: os pianistas João Elias Soares e Théodore Paraschivesco e o violoncelista Pavel Gomziakov.
Programa
Prelúdio e Fuga em lá menor - Bach/Liszt
Prelúdio Fantasia - Gaspar Cassadó
Sonata nº 3 para Piano e Violoncelo - Beethoven
Dança Húngara para Piano a 4 mãos - Brahms
Valsa Mefisto - Liszt
De “Ma mère l’Oye” - Ravel
Le jardin féerique
Laideronnete, Impératrice des Pagodes
“Estampes" - Debussy
Pagodes
La soirée dans Grenade
Jardins sous la pluie
Adriano Jordão nasceu em Angola, em 1946. Estudou em Portugal com Helena Sá e Costa e outros professores. Com a pianista portuense entroncou numa poderosíssima tradição, que teve um dos mais altos cumes em Edwin Fischer. Uma sublinhada curiosidade intelectual e artística levou-o a procurar outras escolas, linguagens e climas musicais e, assim, em 1967, a Fundação Calouste Gulbenkian facultou-lhe uma bolsa para um ano de estudos avançados nos Estados Unidos da América. Dois anos depois, após ter completado o Curso Superior no Conservatório Nacional de Lisboa com a maior distinção, na classe da professora Helena Matos, continuou os seus estudos em Paris, sob a orientação de Yvonne Lefébure.
Apesar de Adriano Jordão se ter apresentado assiduamente em todas as salas do nosso país, a carreira de um músico é, forçosamente, cosmopolita. Depois da sua estreia na América do Norte, no Tennessee (com a Kingsport Symphony), atuou em São Francisco, Washington, Boston e em New York. Nesta última cidade, fê-lo no prestigiado Lincoln Center (com a New Orchestra of Boston, sob a direção de David Epstein) e também no Carnegie Hall, com a Queen's Symphony Orchestra, sob a direção de John Neschling. As suas apresentações nas mais importantes salas de espetáculos do Brasil, do México, Venezuela ou Paraguai alcançaram grande sucesso de crítica e de público. O mesmo se pode dizer das suas atuações em África (Cabo Verde, Senegal, Angola e Moçambique) e na Ásia (Índia, Tailândia, China, Coreia e Japão). Na Europa, para além de Portugal, Adriano Jordão também se apresentou em Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, Áustria, Finlândia, Rússia, Bielorrússia, Ucrânia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Roménia, Grécia e Turquia. Esta internacionalização ajudou-o também a tornar-se arauto da música portuguesa, interpretando, em primeiras audições em muitos países, obras de alguns dos mais afamados compositores nacionais. Nestas centenas de apresentações, Adriano Jordão colaborou com alguns dos mais importantes maestros portugueses e estrangeiros.