“Uma câmara na mão e uma ideia na cabeça”, como dizia o cineasta brasileiro Glauber Rocha, são estes, muitas das vezes, os motivos suficientes para iniciar uma carreira cinematográfica.
A arte das imagens em movimento, tem provado ser uma prática fundamental para as comunidades que têm em mente o registo de suas mais importantes manifestações, novas formas de experimentação de linguagens, a capacidade de expressão de ideias e muito mais.
Uma comunidade que desenvolve as suas potencialidades através do cinema, expõe ao mundo todos os aspectos culturais, sociais, económicos e comportamentais de uma determinada época, divulga e perpetua as suas formas de convívio, amplia ou destaca a visão sobre alguns factos, desenvolve olhares vários sobre factos importantes ou banais, analisa questões de interesse comum ou simplesmente incita à reflexão sobre temas de urgente percepção.
O desafio de orientar um ou dois grupos para a captação de imagens da Festa do Senhor Santo Cristo, com a finalidade de criar um filme que documente e perpetue esta importante festa da comunidade micaelense, apresentando toda a força da religiosidade e dramaticidade contida nesta manifestação cultural, representa uma importante acção estratégica e antropológica, para que, principalmente os jovens possam reflectir sobre o seu papel nesta sociedade. Isto, para além de poder demonstrar a capacidade, que cada um de nós tem, em compreender as suas raízes culturais através das imagens em movimento.
O cineasta Amauri Tangará propõe com esta acção de formação, a possibilidade de abertura a novas perspectivas profissionais, a análise de olhares diferenciados sobre factos comuns e um desafio na experimentação de novas linguagens para empreender este mergulho antropológico que são as Festas do Santo Cristo em São Miguel.
