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Rodrigo Leão

18 junho 2005, 21H30

«As suas raízes conhecem passado tanto na Sétima Legião como nos Madredeus, projectos nos quais a capacidade de sugestão imagética da música sempre se afirmou naturalmente. Não se estranhou, portanto, que em 1994,quando se revelava pela primeira vez a solo no álbum Ave Mundi Luminar, Rodrigo Leão chamasse à sua música toda uma carga visual quase cinematográfica. ... O Latim é agora memória guardada em canções de outros filmes, cedendo território às palavras mais vivas e actuais em português, francês e inglês, não se perdendo todavia a relação com a palavra e, sobretudo, a voz, a um nível eminentemente plástico. ...O jogo de complementaridades entre instrumentais e canções, onde por vezes frases de umas entrecruzam as melodias de outras ,vinca a ideia de banda sonora virtual, como se de facto estivéssemos perante um filme.» Nuno Galopim in Diário de Notícias (25/6/2004)

Rodrigo Leão
Cinema 

Depois dos álbuns de estúdio “Ave Mundi Luminar” (1993), “Mysterium – EP” (1995), “Theatrum” (1996), “Alma Mater” (2000), e “Pasión” (2001) ao vivo, a Sony Music editou a 28 de 2004, o novo registo de originais de Rodrigo Leão – Cinema. À semelhança do disco anterior, Rodrigo volta a partilhar a produção e arranjos com Pedro Oliveira (Sétima Legião) e Tiago Lopes.

“Cinema”, uma provável banda sonora imaginária de “cinema de autor”, acaba por reflectir nas suas diversas dimensões – musical, poética e linguística – os traços distintivos de uma contemporaneidade claramente “europeia” e urbana, suportados por um conjunto de códigos e referências únicos, no fundo a música de Rodrigo Leão, e que é agora possível perceber na diversidade e qualidade de composições deste álbum: pelos diferentes idiomas utilizados, no ecletismo dos arranjos e sonoridades, na diferenciação dos formatos instrumental e canção, bem como pela escolha esclarecida de músicos e convidados.

O primeiro single do novo disco, “Rosa”, nome da filha de Rodrigo Leão, contou com as participações de Ryuichi Sakamoto (piano) e da cantora brasileira Rosa Passos (voz). Sakamoto colabora ainda com uma composição original de piano, acompanhado pela gravação das primeiras palavras ditas pelo filho de Rodrigo Leão, António, título da faixa.

O álbum conta igualmente com as participações vocais de Beth Gibbons (Portishead) em “Lonely Carousel”, autora do poema, assim como de Helena Noguerra - cantora, escritora e actriz de ascendência Luso-Belga - nos temas “Jeux D’Amour” e “La Fête”, e ainda de Sónia Tavares dos Gift, presença nos temas “Deep Blue”, “L’Inspecteur” e “Happiness”.

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