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Romeiros da Fraternidade

Lançamento de livro

3 dezembro, 18H30


da autoria Jorge Barros e Pedro Barros
edição Letras Lavadas

 

Romeiros da Fraternidade” é o resultado de décadas de dedicação do fotógrafo Jorge Barros a documentar toda a romaria dos diversos Ranchos de Romeiros na ilha de São Miguel, que percorrem trilhos, caminhos e estradas à volta da ilha até ao pôr-do-sol, sujeitos a intempéries várias, durante a Quaresma.
Jorge Barros assume, assim, a responsabilidade de criar esta narrativa visual, com o intuito de transmitir ao leitor a dimensão espiritual e fraterna que, no decurso de uma semana da Quaresma, surge incorporada em dezenas de ranchos de Romeiros.
Desde que teve contacto com a obra “Romeiros – Peregrinos de Hoje”, de Álvaro Resende, com texto de Teixeira Dias, no ano de 1987, que Jorge Barros ficou interessado nesta manifestação cultural quaresmal, praticamente exclusiva de São Miguel.
Ao longo de oito dias, durante a época Quaresmal, saem ranchos de romeiros que caminham no sentido dos ponteiros do relógio e se detêm a rezar e a cantar em cada ermida e igreja que encontrem no caminho, seguido de momentos de confraternização serena, nas pausas para comerem e descansarem. E é esta aura de mistério que fascina o fotógrafo.
Com os seus lenços coloridos ao pescoço ou na cabeça, bastão na mão direita, rosário na esquerda, xaile sobre os ombros, que cobre um volumoso saco de pano com comida simples e mudas de roupa, os romeiros partem de madrugada, após a despedida das famílias no adro da igreja, que é o ponto de partida e de chegada da sua romaria.
Mas o que mais emociona Jorge Barros em toda esta jornada é o acolhimento que os romeiros recebem da população, seja de devotas famílias ou em pavilhões multiusos onde estes recebem um quarto para dormir, uma bacia com água quente com sal para lavar e aliviar as dores dos pés, tratar as feridas e uma refeição, em troca de agradecimentos e orações aos benfeitores. Tal pernoita, na percepção do fotógrafo, traduz um sublime acto de Fraternidade e comunhão para com os irmãos Romeiros.

 

A apresentação da obra estará a cargo de Onésimo Teotónio Almeida e de Pedro Barros.

 

Jorge Barros
Nascido em 1944, em Alcobaça, Jorge Barros é um conceituado fotógrafo. Desde 1980, é autor em mais de trinta obras frequentemente associadas a textos de escritores e poetas de reconhecido mérito como Eugénio de Andrade, Fernando Assis Pacheco, Fernando Dacosta, Helena Vaz da Silva, João de Melo, José Cardoso Pires, Lídia Jorge, Manuel Alegre, Mário Cláudio, Orlando Ribeiro. O seu trabalho fotográfico também ilustrou publicações de autores portugueses incontornáveis como Fernando Pessoa, Miguel Torga, Raul Brandão. Nestas obras destacam-se “O Tempo e a Alma” (1986), “Mensagem” (1990), “Um Olhar Português” (1991), “Mineiros” (2001), “Festas e Tradições” (2002/2003) e “Sob a Terra” (2008).
Na sua obra, os Açores merecem uma cativante mostra de ternura e afecto. Neste âmbito, incluem-se exposições individuais, como “Solenidades dos Açores” (1990),“Aproximações” (2009) ou “Baleeiro - Um Rochedo do Mar” (2015), e uma dezena de livros onde se destacam as obras “Corvo, a Ilha da Sabedoria” (1996), “O Príncipe dos Açores” (1996), “Vitorino Nemésio – Sem Limite de Idade” (2002), “Escrito no Mar – Livro dos Açores” (2008), “Ilhas Desconhecidas” (2012), “São Miguel – Ilha de Alquimias” (2015).
Como fotógrafo, trabalhou ainda em cinema e televisão, em companhias de teatro
independente. Noutras edições, contam-se a colaboração na revista “Atlantis” da TAP e em livros de filatelia dos Correios de Portugal CTT. Trabalhou e colaborou em diversas iniciativas da XVII Exposição Europeia e da Exposição Mundial Expo98. As suas fotografias integraram exposições colectivas nacionais e internacionais, gravações musicais, peças de moda e ilustraram artigos e capas de livros. Foi formador em fotojornalismo CENJOR, organizou encontros e exposições de fotografia. É associado da Sociedade Portuguesa de Autores, tendo sido membro da sua Direcção entre 2003 e 2006.

 

Pedro Barros
Nascido em 1975, em Lisboa, Pedro Barros é arqueólogo, ligado à gestão do património
arqueológico e à sua divulgação. Enquanto investigador do Centro de Arqueologia da
Universidade de Lisboa (UNIARQ) é autor de artigos científicos em revistas e encontros
científicos de âmbito nacional e internacional, em particular dedicados à Idade do Ferro e à escrita do Sudoeste. Colabora pontualmente na formação de ensino superior da Universidade do Algarve e da Universidade Nova de Lisboa.
Desde 1996, ilustra artigos sobre património cultural em várias revistas, conta com exposições de fotografia itinerantes individuais temáticas e colectivas que estiveram patentes em Portugal, Espanha e Itália, algumas no âmbito do 2MW Collective, como “Foz Côa-o silêncio de um vale” (1996-2002), “Marionetas” (1998-2023), “Ganhões” (2000-2007), “Síria “(2010- 2018), “Jordânia” (2013-2018), “As Espécies Marinhas de Sesimbra” (2019), “A Caçada e o Sudário: alertar para a preservação dos oceanos através da Arte” (2021), “Ameixial” (2022).
Foi galardoado em concursos de fotografia e fotografia subaquática, cooperou enquanto júri e deu formação de workshops de fotografia. Recebeu três prémios e três menções honrosas da Associação Portuguesa de Museologia como fotógrafo, comissário técnico, comissário científico e curador de exposições realizadas em museus municipais e nacionais.

Entrada livre

 

 

 

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