A pretensão de mostrar a Arquitectura Vernácula da Região. As diversas calamidades, tantas delas pela nossa mão. O património era nosso, e não soubemos preservar a memória, criar uma consciência colectiva que o regenerasse, salvaguardasse e transmitisse ao futuro. O testemunho de uma Arquitectura em extinção. O Levantamento da Arquitectura Popular dos Açores tem um antecedente histórico de grande importância que está na origem da vontade da sua realização. Trata-se do “Inquérito à Arquitectura Regional Portuguesa”, realizado com um levantamento de campo no ano de 1955 e posteriormente editado em 1960 pelo então Sindicato Nacional dos Arquitectos sob o título ARQUITECTURA POPULAR EM PORTUGAL. Remonta à época do “Inquérito” a vontade de alargar o seu âmbito às Ilhas Atlânticas, intenção que, por razões práticas e financeiras, só se veio a realizar quase 30 anos depois. Em 1982 a Direcção da Associação dos Arquitectos Portugueses decidiu implementar o levantamento da Arquitectura Popular dos Açores, o que se tornou possível com um apoio inicial da Fundação Gulbenkian, aliado à adesão do Governo Regional a esta iniciativa, nomeadamente, na forma do precioso apoio logístico que, através das estruturas das Secretarias Regionais do Equipamento Social e Obras Públicas, prestou às equipas da AAP, possibilitando a execução do levantamento de campo em cada uma das ilhas do arquipélago. O trabalho que posteriormente, em 1984/85, foi realizado pela equipa geral, sobre o material do levantamento de 1982/83 e investigação complementar, formalizou-se num estudo global e sistemático que virá a ser oportunamente publicado em livro. A forma e conteúdo deste estudo incide fundamentalmente em 3 níveis de abordagem da realidade Açoriana: o Território – da ocupação do espaço aos tipos de povoamento; a Habitação – da análise da estrutura espaço/funcional à classificação em grupos tipológicos; a Arquitectura ligada às actividades da Produção – das construções anexas à habitação, aos exemplos de utilização colectiva. O material do levantamento permitiu ainda constituir um arquivo geral do arquipélago constituído por 1000 fichas onde se encontram seleccionados e caracterizados alguns dos exemplos mas relevantes recolhidos em todas as ilhas. A exposição que agora se apresenta constitui uma amostragem genérica desse estudo, forçosamente sintética e compactada e sem preocupações conclusivas face à temática tratada. Nesse sentido pretendeu-se, obviamente, dar uma panorâmica muito geral da arquitectura rural das Ilhas dos Açores, onde se identifiquem algumas das características essenciais de cada ilha, fazendo ressaltar aquilo que de mais significativo, na óptica da equipa autora do estudo, constitui o conjunto dos valores construídos do Arquipélago. Conselho Directivo Nacional Associação dos Arquitectos Portugueses Maio 1992 Concepção e Coordenação Geral da Exposição Filipe Jorge Silva, Nuno Barcelos, Victor Mestre Realizada sobre o estudo «ARQUITECTURA POPULAR DOS AÇORES» da autoria dos arquitectos Ana Tostões, Filipe Jorge Silva, João Vieira Caldas, José Manuel Fernandes, Maria de Lurdes Janeiro, Nuno Barcelos e Victor Mestre Visitas Guiadas por marcação prévia através da bilheteira do Teatro Micaelense. Horário 2ª a Sábado das 14h00-20h00. Entrada Livre. Co-Produção Teatro Micaelense e Ordem dos Arquitectos - Delegação Açores