Charles Gayle
Saxofone
Charles Gayle fez a sua primeira aparição na cena free jazz com uma série de performances na Knitting Factory, uma estreia muito elogiada pela crítica nova-iorquina no final dos anos 80. Várias vezes comparado a Albert Ayler, por esse à vontade em registos mais agudos de tenor, o timbre carregado de distorção é o seu mais forte traço artístico.
As suas improvisações longas e vibrantes são a expressão máxima de uma liberdade total. Dono de uma sonoridade própria, os seus solos são levados ao extremo, marcados por grunhidos e ruídos agudos e angustiados, perdidos em longas divagações.
Nas entrevistas não gosta de falar do passado, da altura em que tocava trompa nas ruas e no metro vivendo de esmolas. Durante duas décadas, Gayle foi um sem-abrigo até à sua “descoberta” nos anos 80.
Aos 71 anos vem aos Açores, acompanhado pelos também veteranos Michael Wimberly e Larry Roland. De esperar um concerto marcado pelos improvisos e pelas referências políticas e religiosas. Uma verdadeira performance artística a não perder.
Michael Wimberly
Bateria
Baterista e compositor nasceu em Cleveland, Ohio nos anos 70. Como músico, Michael gravou e e fez digressões com nomes como Charles Gayle, Jean Paul Bourelly, Steve Coleman, Paul Winter Consort, The Boys Choir of Harlem, Berlin's Rundfunk Symphony Orchestra, Vienna's Tonkuntsler Symphony Orchestra, Roy Campbell, Cooper-Moore, Sabir Mateen, Steve Swell, Henry Rollins, Blondie, Mickey Har, entre muitos outros. Michael compôs ainda músicas para companhias de dança (a última colaboração foi com a Companhia de Dança de Moçambique) e para muitos filmes independentes, documentários, curtas de animação e espectáculos de Hollywood. Tem por hábito partilhar o seu talento musical com os mais jovens músicos nova-iorquinos, uma faceta que trará aos Açores, com o seu workshop “The Power of Drum!”.
Larry Roland
Contrabaixo
Artista da cena free jazz de Boston e Nova Iorque dos últimos 25 anos, as suas raízes na improvisação começaram nos 80, com Jamyll Jones na “Worlds Experience Orchestra”, em Boston, Massachusetts, como percussionista e poeta.
No início dos anos 90 e até 2005, Larry foi o contrabaixista da banda liderada pelo trompetista Raphe' Malik, originária da formação de Cecil Taylor e Jimmy Lion, enquanto tocava na sua banda, "The Urge 4tet", com Donal Fox no piano e Waldron Ricks na trompete.
Hoje, produz e dirige um grupo de teatro, que incorpora dança e música improvisada, à volta da sua poesia.
Em 2008 mudou-se para Nova Iorque e hoje em dia, para além de produzir e dirigir o grupo de teatro “Bassline Motion”, com peças musicais e de dança improvisadas à volta da sua poesia, colabora com artistas tão notáveis como Sabir Mateen, Mike Wimberly, Charles Gayle.