“Interrogo o infinito e às vezes choro...
Mas, estendendo as mãos no vácuo, adoro
E aspiro unicamente à liberdade.”
Antero de Quental
Interessada no património cultural dos Açores e após ler inúmeros documentos sobre a vida e obra de Antero de Quental, o poeta mais dramático da literatura açoriana, fiquei fascinada com o Homem e com o Poeta. As suas palavras transbordam emoções e contradições, luz e escuridão, vazio e estazo e a sua voz ecoa além-fronteiras e ultrapassa a imensidão do tempo e do espaço...
A sua vida e obra estão repletas de momentos que me atormentaram a alma e me deixaram o corpo com uma enorme ânsia de comunicar...
Os seus altos e baixos emocionais, as suas insónias e os seus algozes, os seus momentos existencialistas, a sua melancolia e, por outro lado, a sua euforia de viver, o seu dinamismo físico e metafísico fizeram dele o poeta que me fascinou, me fez chorar, pensar, meditar, revoltar e acima de tudo amar e ver a morte como uma nova existência.
Coreógrafa
Milagres Paz
“ O pó cresce em mim... engrossa...alteia...
E, com pasmo, nas mãos vejo que tenho
Um espírito! O pó tornou-se ideia!
Antero de Quental