Dois atores mantêm-se fiéis à nobre tarefa de levar o teatro a todos os lugares e públicos que o queiram ver e ouvir. Continuam há quatro séculos a lutar pela sua própria sobrevivência que é também a dos valores da transmissão oral do conhecimento e da cultura. Vêm com o propósito de representar um reconhecido texto do Teatro Clássico Ocidental, mas não conseguem chegar a um acordo quanto à resolução formal de vários elementos da peça. Um deles continua arraigado às formas teatrais mais tradicionais e seculares enquanto outro já se rendeu às novas tecnologias. Porém o público já está sentado na plateia e o espetáculo tem de começar e continuar…
Miguel Mendes e Nelson Cabral são os criadores do espetáculo e interpretam as duas personagens, tal como já o tinham feito em “Piolhos e Actores” de Sanchis Sinisterra, com encenação de António Capelo. Neste novo espetáculo, volta a emergir uma reflexão existencialista, desta vez associada à experiência do ator e do homem nesta segunda década do século XXI face ao admirável mundo tecnológico que desponta e em que vivemos.
Criação e interpretação Miguel Mendes e Nelson Cabral