A memória de um GELADO, o Baleizão, vendido numa cervejaria homónima de Luanda nos anos 70, é o agente desencadeador e aglutinador do espetáculo concebido e dirigido por Aldara Bizarro, que a ele simbolicamente pede o nome emprestado. Criado e interpretado a meias com Miguel Horta, Baleizão faz-se das memórias de infância convocadas pela troca de cartas, textos, desenhos e fotografias entre estes dois amigos separados e com vivências diferentes, a de Angola durante a guerra de independência e a de Lisboa, fortemente marcada pelos sinais do Barlavento Algarvio. Esta troca epistolar de recordações, que conta e partilha duas histórias de vida, é um exercício de celebração da vida e de um valor, o da memória, o subtítulo desta peça.
Na infância de Aldara Bizarro, o Baleizão era usado pela mãe para cotar o valor de custo das coisas impossíveis, daquelas que não tinha possibilidade de comprar. Mas na peça, numa subtil inversão, é a memória a que se atribui um número incontável de Baleizões.
conceção e direção Aldara Bizarro
interpretação e cocriação Miguel Horta e Aldara Bizarro
coprodução Museu do Dinheiro e Aldara Bizarro
apoios SMUP e Câmara Municipal de Lisboa/Divisão da Cultura
duração 65 minutos aprox.