Na mitologia grega, Atlas foi aquele que foi condenado a carregar a Terra e os Céus nos seus ombros. Partindo desta representação clássica da figura e das ideias de Joseph Beuys, artista plástico que defendia que a revolução tem como ponto de ignição o indivíduo, a performance Atlas São Miguel pretende reunir, no mesmo palco, 100 pessoas de diferentes profissões, criando um mapa da organização social humana que tem como base a função que cada um desempenha na sociedade. Explorando processos e mecanismos de criação em grupo e com a comunidade, que façam emergir a arte na vida pessoal e social de cada um dos participantes, a peça-performance Atlas São Miguel construirá uma revolução silenciosa, que alarga a noção de escultura social e encarrega a arte de ter um papel ativo na sociedade.
Ana Borralho e João Galante conheceram-se enquanto estudavam artes plásticas. Na década dos 90 trabalharam juntos como actores/co-criadores com o grupo de teatro Olho. Desde 2002, trabalham em parceria nos campos da performance, dança, instalação, fotografia, som e vídeo. Ana Borralho & João Galante são um casal na vida, uma entidade com dois corpos, elemento biográfico essencial para a compreensão do seu trabalho, já mostrado em Muitos Países. Criaram, com Mónica Samões, a associação cultural Casabranca e são directores artísticos do Festival Verão Azul no Algarve.